domingo, janeiro 14, 2007













Alba Luna



Sedentas de olhares

minhas raízes rasgam

solos duros

riscam palavras de luz

no granito escuro.


Sedentas de olhares

minhas raízes lançam-se

no oceano obscuro

dançam palavras de sol

na água gélida.


Sedentas de olhares

minhas raízes saltam

horizontes nocturnos

gritam palavras de vento

no deserto futuro.


Sedentos de raízes

meus olhares fogem

do país de vidro.



Sandra Cardoso

6 comentários:

Unknown disse...

Acho que já te pude segredar uma frase que aprecio...

"Uma vela não perde o seu brilho por partilhá-lo com outra vela"

Certa de que nunca perderás o teu brilho peço-te que continues a partilhá-lo connosco, a iluminar, a dançar e gritar o melhor de ti (como sempre!). Pode ser que consigas semear a sensibilidade e a ternura!

Um beijinho

Alberto Oliveira disse...

Sedentos de equilíbrio
os meus pés ferem-se
nos pedaços cortantes
do optimismo que se desmorona.
A cor-de-sangue do meu sangue
deixou de ser vermelha;
dilui-se no cinzento-escuro
de que é pintado o país de vidro...

... tenho de acabar com esta mania de andar descalço por aí...

Maria disse...

Vim ler-te e deixar-te um beijo

DE-PROPOSITO disse...

Sedentos de raízes.
A poesia é rica em interpretações, e eu neste caso interpreto o texto como querendo dizer ´sedento de desejos, sedento de carinhos'.
Fica bem.
Felicidades.
Manuel

Anónimo disse...

Os olhos têm a capacidade de ficarem presos, com raízes, em momentos bonitos.

Bj

Alberto Oliveira disse...

A realidade fria dos números (que pode ainda ser mais significativa em termos negativos), não pode enganar quem pretenda tomar posição nesta matéria. Como em tantas outras em que este país é fértil...
A falta de informação, de escolaridade, de educação -chamem-lhe o que quiserem, está na base deste drama que não vai ficar por aqui, seja qual fôr o resultado do referendo. Porque as mulheres portuguesas mais pobres vão continuar mais pobres para parir ou para abortar e apenas o SIM as poderá afastar do enxovalho da prisão.
Mais palavras para quê?