terça-feira, maio 19, 2009

Leituras IV

Pinto da Silva





Sempre achara a porta daquele café pesada. Mas, naquele dia, essa sensação ainda se tornara mais evidente ... talvez fosse a decisão que tomara que lhe enfraquecera os braços ou talvez fosse o destino a mostrar-lhe o desacordo com a sua decisão. Mas nada a desviaria do seu caminho. Respirou fundo e empurrou de uma só vez a porta. E nem sequer foi preciso procurar, pois os seus olhos sabiam o caminho de cor, tal foram os anos que sonhara aquele momento. Sabia exactamente quantos passo dar até à cadeira, como arrastá-la, como sentar-se e até como colocar as mãos ... Só não sabia que o olhar dele não lhe ia deixar sair nenhuma palavra, murmúrio ou som. Ficaram a olhar-se em silêncio, um silêncio gerado por desejos sonhados há anos ... Não deram conta do tempo passar, do empregado limpar o chão e das luzes se apagarem.




Vamos fechar! foi a frase que os trouxe novamente ao corpo. Levantaram-se os dois, lado a lado pela primeira vez. Ele abriu a porta. Ela saiu. Ele saiu. Ele viu-a a afastar-se. Ainda tentou chamá-la, mas sabia que não tinha as palavras certas.








domingo, maio 10, 2009

Dia da Mãe

O presente que recebo todos os dias, vê-los crescer.