sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Leituras, III

Passava um dia pelo jardim da Boavista quando a imagem a surpreendeu. Sentado num banco, um homem melancólico. Pousado ao seu lado, um nariz de palhaço. Uma imagem perfeita , um momento único. Rapidamente tirou a máquina da carteira, traçou a objectiva e só não carregou porque o homem lhe perguntou:
- Quer tirar ao homem ou ao palhaço?
-Ao homem.
Então ele pôs o nariz vermelho na sua cara e sorriu para a objectiva.

2 comentários:

Unknown disse...

Passo por este post diariamente e fico sempre sem palavras!

Encerra em si tantas potenciais interpretações que bloqueio com a possibilidade de ser eu a criar significado(s).

...

Estes últimos dias não tenho usado o nariz, mas todos riem à minha volta.

Alberto Oliveira disse...

... a Whisper é que me alertou para este teu post que, coincidência das coincidências! versa o mesmo tema do último que editei...

... mas prefiro o teu. Porque não precisaste de "dar a volta à cidade" para encontrares as palavras certas. Um micro-conto exemplar.