sábado, outubro 21, 2006

Café Concerto
















Maria de Fátima Silveira




Quando te conheci
Eras o concerto
Trompete, Jazz improvisado
Moravas na pauta de música
E a tua janela ficava na segunda linha
Perto da Clave de Sol

O cartaz indicava o café concerto
Da rua do sonho a seguir à travessa da realidade
Não houve respiração quando chegaste
No vestido Semibreve de cristal
E a pouca luz que define a tua silhueta
Causava alegria
A sala cheia, o ambiente tornado íntimo
Também eu estava

O microfone ligado
Foi o passaporte de magia
Cada pedaço teu, feito de som
O ar inundado de emoções
As palavras de veludo
Percorrem a pele arrepiada
E entram dentro de mim
Os teus lábios não escondem nada
Piano de cauda, aberto
Imagino os teus dedos compridos, delicados
Que quase me tocam devagar…

Tanto viver

O teu concerto nunca terminou

Quando te conheci
Corri depressa para agarrar essa noite
Dum tempo que não era meu
Não importa
Porque hoje, ainda recordo a tua voz doce
Como se cantasses só p´ra mim




Celso Silva
2006

9 comentários:

Anónimo disse...

Neste sábado ao som cadente da chuva que embala, visito as páginas que mais aprecio e cuja qualidade me atrai. Parabéns e bom fim-de-semana, pois aqui descanso os olhos no teu magnífico blogue.

Unknown disse...

Fantástica a forma como são traduzidas em palavras a magia e a música que vestem o momento em que nos apaixonamos...

Dupla felicitação:
ao autor e a ti (tenho saudades tuas!)

BEIJINHOS

Maria disse...

Belo, este poema!
Beijos e um bom fim de semana

Anónimo disse...

Celso:
Não tenho palavras....
Obrigada
Anita

esse disse...

Celso:

As emoções que consegues descrever com as tuas palavras anulam a fronteira da realidade e do sonho ...

mfc disse...

Olá vizinha... estamos sempre a descobrir amigos próximos da gente.

Anónimo disse...

Sem palavras..
A imagem que acompanha o poema leva-me para AL Pacino no filme Perfume de Mulher.. A cena da dança que é espectacular....e não necessita de palavras...

esse disse...

Olá Alvabranca.
Bem-vinda à minha estrelinha.
Beijinho

esse disse...

Caríssimos amigos da Af.S.

Que melhor poema poderia ilustrar a noite de 24 de Nov. de 2006?!!

O nosso concerto, meus amigos, nunca terminará!!!

Beijinho e saudades a todos